quinta-feira, 2 de abril de 2015

Duas agendas atuais da cultura.


Gostaria de escrever um texto, mas o tempo não ajuda, vamos pelo menos tocar nos títulos para somar nos debates.
PRIMEIRA: os programas de Fomento (financiamento para as linguagens artísticas e projetos culturais por meio dos prêmios, convênios, co-patrocínios, contratação etc.) dos governos federais, estaduais e municipais.
SEGUNDA: os equipamentos públicos (espaços físicos de atendimento direto dos governos ou ainda geridos por grupos como teatros, centros culturais, oficinas culturais, casas de cultura, bibliotecas entre outros.
Estes dois eixos tem sido, no momento, brutalmente prejudicados devido a crise econômica, que para mim além de ser um problema global, no caso do Brasil, é um tanto inventada, ou seja, de tanto falar em crise ela se torna realidade.
Vemos neste momento, mais que nunca, os diferentes atores que promovem ação cultural nos diversos território do país batalharem fortemente para que possa ser garantida a manutenção destes dois eixos na prioridade dos setores culturais públicos.
É constante os processos de mobilização entorno dos espaços culturais, sejam eles públicos, privados ou privados de natureza pública. Os grupos se articulam na defesa de um espaço cultural é ameaçado por entender a importância dos locais que promovem o fortalecimento da arte e das práticas culturais.
São diversos os abaixo assinados, petições, ocupações ou manifestações para que tenha um melhor atendimento nos serviços culturais ou para não perder um equipamento, público ou privado, já existente.
Há ainda uma grande mobilização para fortalecer o orçamento da cultura, buscando assim um NÃO retrocesso de algumas poucas conquistas alcançadas dos Programas de financiamento, que promovem uma atuação em conjunto dos Grupos Culturais e do Estado, podemos citar os Pontos de Cultura, Fomento ao Teatro e Dança, VAI, Editais de Cinema entre outros,
Mas a crise, invetada ou não, está ai batendo na porta, corroendo o metal com ferrugem, destruindo os brotos das plantações recentes, trabalhando para o não fortalecimento da reflexão crítica e consequentemente o enfraquecimento da cidadania.
Como diz Juca, enquanto não entendermos a cultura na centralidade do debate da sociedade, não vamos dar o passo que falta para a constituição de um país socialmente mais justo e por consequência economicamente também.
Estas duas agendas , os espaços culturais e os fomentos, já estão assimiladas pelos grupos culturais e por parte da população como um dos direitos básicos de acesso e experimentação da arte e da cultura e neste ponto não é possível haver retrocesso.
"como dizia minha santa maezinha, depois comemos uma carne de primeira, não queremos voltar a comer de segunda."
É necessário encontrar um caminho que reconheça os espaços culturais, públicos e os privados de natureza comunitária, como serviço de utilidade pública, e no caso das parcerias com os grupos culturais entendê-la como necessária na promoção da cidadania.
A Cultura não cabe mais na Cultura, seu antigo orçamento somado aos cortes que tem acontecido na área representam colocar mais água em um feijão que já estava ralo. A crise também é cultural.

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